Me sinto muitas vezes como um fantoche, sendo manipulada pela cultura dominante em que para ser bonita todas, tem que ir à busca de um ideal de beleza imposto pela sociedade. Não sou branca, não sou alta, não sou loira e nem tenho o cabelo liso. Sou mulher, baixa, negra, e tenho o cabelo crespo! Luto agora não mais para seguir o 'ideal de beleza', mas para ter meu cabelo crespo de volta.
Procurando algo para compreender o 'meu ser' neste momento, parafraseei um trecho do livro de Hall, lido na época do mestrado, que fala sobre a identidade cultural. A identidade sendo apenas um fragmento, um pedaço, é uma colcha de retalhos, que foi e está sendo remendada com os vários pedaços de culturas homogêneas, fez com que o homem ou a mulher pós-moderno/a adotarem um simulacro do individualismo levando-o/a a transitar entre dois pólos distintos, o seu eu interior, aquele que procura saber quem ele é, e a sociedade a qual ele pertence, que seria o seu eu exterior, que o faz interagir com o meio no qual ele vive. (Stuart Hall)
Desta forma, percebo que sou um fragmento no meio da multidão que quer ser remendado com outros pedaços que estejam passando pela mesma fase que eu e assim formar uma bela colcha de retalhos, sem ter dúvidas de nossas identidades.
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